Doenças fúngicas são responsáveis por perdas significativas de árvores em Salvador e Região Metropolitana, e o Governo do Estado já vem realizando as devidas ações de manejo das pragas. Hoje (02), pela manhã, foi assinado um termo de cooperação técnica entre órgãos do Governo (Sedur/Sucab, Seagri/Adab e EBDA) para conjugar esforços por meio de fiscalização, monitoramento, educação sanitária e controle das pragas Lasiodiplodia theobromae, Ceratocystis fimbiata e Hypocryphalus Mangiferea, agentes causais e disseminadores da Seca da Mangueira.
“Não existe “cura”, mas o controle e algumas ações de prevenção. Por já existirem casos da praga em outras culturas frutíferas, o trabalho torna-se intenso, por isso estabelecemos níveis de controle da praga: o cultural e o biológico (ainda em estudo)”, explica o diretor de defesa sanitária vegetal da Adab, Armando Sá, lembrando que, por estar ocorrendo dentro do perímetro urbano, as medidas de combate às pragas se tornam mais restritas e o uso de defensivos agrícolas não é recomendado.
Para o secretário de Agricultura, o engenheiro agrônomo Eduardo Salles a cadeia produtiva não pode sair prejudicada por ser de extrema importância para o agronegócio. “O controle preventivo mais coerente é por meio da exclusão, ou seja, com auxílio de medidas legais de Defesa Vegetal, para impedir que a doença entre em áreas ou regiões isentas do problema”, orienta Salles, enfatizando que, atualmente, a manga é uma das mais importantes e representativas frutas tropicais e o Nordeste lidera o ranking nacional.
A Secretaria de Agricultura (Seagri), por meio da Agência de Defesa Agropecuária das Bahia (Adab) e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), e a Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab), órgão vinculado a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, estão trabalhando conjuntamente no controle fitossanitário da praga, cada órgão com suas funções e responsabilidades. Fiquei impressionado pela cooperação entre os órgãos governamentais. “Creio que a Defesa Vegetal saiu mais fortalecida e que essa ação conjunta possa ser utilizada como modelo”, ressalta o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres, informando ainda que a linha de frente da Agência e Sucab já atuou, hoje (03), na região do Centro Administrativo da Bahia (CAB) em prol do controle mais eficiente e eficaz das pragas da mangueira, bem como no trabalho de educação sanitária, orientando a população e distribuindo cartazes e folders informativos.
AS PRAGAS E SUAS RECOMENDAÇÕES – A Seca da Mangueira começa a se desenvolver dentro dos vasos internos da árvore e bloqueia os fluxos de seiva. Com isso, a planta começa a secar, desde a parte aérea até a raiz, atingindo totalmente a árvore, e morre. Desta forma, o principal disseminador é um besouro, normalmente encontrado nos galhos e troncos. O principal sintoma é o amarelecimento, murcha e seca dos galhos, que geralmente têm início num ramo da extremidade da copa.
Para reduzir o problema, recomendam-se várias medidas, como cortar e queimar os ramos secos da planta, eliminar os galhos e ramos doentes 40 centímetros abaixo do local afetado, pincelar o local podado com uma pasta cúprica (à base de cobre) e queimar imediatamente os galhos cortados, para eliminar os besouros neles existentes. “A Sedur, via Sucab, se compromete a realizar tais ações nas árvores situadas na região do CAB, de acordo com as exigências do Termo de Cooperação Técnica”, afirma o secretário de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro.
“Dentre as estratégias para a contenção do avanço da praga, pesquisadores da EMBRAPA/Mandioca e Fruticultura preconizam vistorias periódicas do pomar nas áreas afetadas, principalmente nos meses quentes”, afirma a fiscal estadual agropecuária e coordenadora do Projeto de Controle de Mosca-das-frutas, Rita de Cássia Costa, lembrando que a Agência é o órgão responsável pela fitossanidade do Estado.
Na última segunda-feira, 29 de abril, a equipe operacional da Adab, EBDA e Sucab foi capacitada para uniformização de procedimentos. E foram discutidos assuntos como os aspectos gerais das pragas, bem como as dificuldades de controle e manejo cultural, sem perder o foco nas ações específicas para as árvores dispostas em zona urbana da capital e cidades circunvizinhas.
Ascom / Adab