Uma forma lúdica e especial para fazer circular orientações, calendário de vacinação de animais, prevenção de pragas que afetam os vegetais, principais doenças que atingem os rebanhos e a importância do consumo de produtos inspecionados. Esse é o objetivo do “Projeto ADAB na Escola” que capacita estudantes do ensino fundamental para exercerem a função de fiscais mirins agropecuários. A fórmula atraiu meninos e meninas que aprendem sobre técnicas agrícolas e pecuárias e de preservação da natureza, para, através delas, retirar alimentos saudáveis. Essa é apenas uma das vertentes do calendário de projetos de Educação Sanitária desenvolvido pela ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia).
“O ‘ADAB na Escola’ é a menina dos olhos da educação sanitária, pois permite que professores e alunos participem de um processo educativo compatível com as suas realidades, despertando no aluno o interesse pelas atividades do meio rural estimulando o aprendizado de novas técnicas de cultivo e criação com sanidade. É também um incentivo porque oferece práticas diferentes daquelas utilizadas no currículo formal”, atesta a fiscal estadual agropecuária Maria das Graças Gusmão, coordenadora do Projeto.
Em 2019, mais de 1.300 ações foram desenvolvidas com acompanhamento dos integrantes do Núcleo de Educação Sanitária da ADAB. Durante as exposições, por exemplo, os fiscais agropecuários mirins aprendem sobre a cadeia produtiva da carne, através de mini-cursos com linguagem apropriada à faixa etária. A ‘ADAB Móvel’ recebe visitantes de todas as idades em busca de informações diversificadas. “Em workshops, palestras e feiras conversamos com o público e os educandos desde a rotina dos morcegos, passando pelo processo de captura e prevenção até a importância do vazio sanitário da soja para evitar a entrada e disseminação da ferrugem asiática que ataca os plantios do grão”, explica Cínthia Carvalho, responsável pelos Projetos Educativos da ADAB. “Passamos aos estudantes das redes públicas e de escolas particulares informações para uma vida mais saudável, a ADAB zela pela saúde da população e nada melhor do que as crianças e adolescentes levarem essa informação para dentro de suas casas, conscientizando também os familiares”, completa.
Campo Limpo
No Extremo Sul da Bahia, o “Projeto Campo Limpo” que retira embalagens vazias de defensivos agrícolas do meio ambiente e que acontece em parceria com revendedores e prefeituras, recolheu mais de 140 mil toneladas de recipientes plásticos, em 2019. Os agricultores e a população são orientados para o descarte correto, com atenção aos riscos de contaminação. Cerca de quatro mil estudantes foram desafiados com concurso de redação e desenho sobre a temática “Como posso contribuir com a gestão dos resíduos sólidos”.
Os resultados das ações educativas são perceptíveis, através da conscientização dos agricultores sobre incremento de manejos culturais, combate às pragas, cuidados com os animais e elevação do índice de vacinação, em campanhas contra a Febre Aftosa e contra a Brucelose. “Outro detalhe é que percebemos através do contato com os alunos, secretários municipais e professores que todos eles já têm conhecimento dos projetos e da importância de difundir essas informações. “Eles acompanham os pais ao supermercado e passam a observar se os produtos estão inspecionados, se contam com o selo de qualidade emitido pela agência”, relata Cínthia. Entre as ações, consta capacitação dos agentes vacinadores, em sua maioria agricultores rurais, que aprendem a técnica para imunização dos rebanhos.
Calendário 2020
“Educação sanitária é proteção e esse é um dos principais pilares de nossa gestão. Se trabalharmos bem a prevenção na base da família, que colabora a partir do conhecimento, passando a apoiar ações de inspeção, evitaremos muitos riscos à saúde pública”, conclui Maurício Bacelar, diretor-geral da ADAB.
Para 2020, alguns projetos já estão em fase final de produção, como a importante parceria com a Secretaria Estadual de Educação (SEC) para qualificação de estudantes do Ensino Médio matriculados em escolas agrícolas da Bahia. ”Eles terão disciplinas específicas para o trato com a agropecuária. Esse é o diferencial que pode abrir as portas do mercado de trabalho para muitos deles. O Governo do Estado avança com essa perspectiva de oferecer melhores oportunidades aos jovens do campo”, comemora Maurício.