A Bahia está entre os estados mais eficientes no controle da Raiva dos Herbívoros e possui a classificação A, a mais alta categoria, na avaliação do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros.
 
A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), participa das comemorações do Dia Mundial de Luta contra Raiva, 28 de setembro, com palestras educativas sobre as atividades desenvolvidas no controle, vigilância e prevenção à doença nos herbívoros. A ação acontecerá amanhã (26), durante a manhã, na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e à tarde na União Metropolitana de Educação e Cultura (Unime), em Lauro de Freitas, e na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Cruz das Almas, simultaneamente.
 
O evento é promovido pela coordenação do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH) da Adab em parcerias com as três escolas de medicina veterinária e tem como proposta disseminar informações para professores e alunos sobre atuação da Agência e do Governo do Estado no controle da raiva em animais, a exemplo dos equídeos, bovídeos, ovinos, caprinos, no Estado da Bahia, minimizando os impactos econômicos e reduzindo os riscos à saúde pública.
 
De acordo com o coordenador do PECRH, José Néder, assuntos como a atividade de controle populacional de morcegos (quirópteros­), no cadastramento de abrigos através do uso de GPS para georreferenciamento, e a atuação na área de focos e perifocos de raiva, bem como a vigilância epidemiológica, serão apresentado ao público presente. “Todos nós, profissionais da área de saúde, desempenhamos um papel fundamental na prevenção e controle da raiva”, afirmou.
 
O Dia Mundial da Raiva é uma iniciativa da Aliança para o Controle da Raiva (ARC), com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Dezenas de países, inclusive o Brasil, promovem campanhas com o objetivo de conscientizar as pessoas no mundo todo sobre os problemas causados pela raiva e sobre como prevenir essa doença, juntando esforços de especialistas na área de saúde humana e veterinária.
 
A raiva
 
De acordo com a Secretaria de Saúde (Sesab) há 10 anos a Bahia não registra a ocorrência de casos de raiva humana. A raiva é uma zoonose de alto risco, que pode ser transmitida para o ser humano, através de mordidas, arranhões ou lambidas de mamíferos, como cães, gatos e morcegos hematófagos ou morcegos vampiros, que se alimentam de sangue.
 
Além de acometer os animais domésticos, a doença também atinge os de produção, por serem fontes de alimentos para os morcegos Desmodus rotundus, que se alimentam exclusivamente de sangue. Quando infectados com vírus da raiva, os morcegos transmitem a doença aos animais, levando-os à morte em alguns dias, após o início dos sintomas.
 
A raiva é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso de animais e pode ser percebida quando detectados alguns sintomas, como o Isolamento do restante do rebanho, tristeza, tremores musculares, perda de peso, salivação intensa, falta de coordenação, ou seja, com dificuldade de permanecer em pé, andar cambaleante, quedas e dificuldade para levantar-se, e paralisia dos membros posteriores.
 
Esforços para redução da incidência da zoonose
 
Os morcegos são encontrados em locais escuros, úmidos e abandonados ou em matas próximas a áreas de criação de bovinos. O uso do georreferenciamento como ferramenta de espacialização, auxiliar nas análises epidemiológicas, na caracterização das áreas de risco e localização de abrigos para morcegos hematófagos, também são importantes no avanço no controle da Raiva dos Herbívoros no Estado da Bahia. “Estas ações exitosas das equipes da Adab têm importância estratégica, tendo impacto positivo na redução da incidência da raiva nestas áreas consideradas de risco, bem como nos prejuízos ao rebanho estadual e à saúde da população”, salienta o diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal.
 
O Estado da Bahia está entre os mais eficientes no controle da Raiva dos Herbívoros e, em 2011, recebeu a classificação A, a mais alta categoria, na Avaliação do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros, feita pelo Ministério da Agricultura (Mapa). “Isso é resultado de um amplo trabalho em conjunto, envolvendo segmentos da defesa, pesquisa e extensão rural. Todas as ações têm como foco a melhoria da qualidade de vida da população seja enquanto produtor ou consumidor. Por isso, nossa responsabilidade vai além das porteiras”, frisou o diretor geral da ADAB, Paulo Emílio Torres.
 
A equipe da ADAB orienta e solicita que, caso exista a suspeita de doença nervosa nos animais, o criador deve isolar o animal do restante do rebanho, nunca manipulá-lo ou consumir a carne, e comunicar, imediatamente, ao escritório da Agência no município mais próximo.
 
Ascom Adab, 25/09/2014
Tel/Fax: 71. 3116-8461