A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, concluiu o estudo qualitativo para determinar as áreas de risco para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença conhecida como “Mal da Vaca Louca”, no Estado. A classificação foi definida após a aplicação de questionários técnicos em todos os municípios baianos e elaborados com parâmetros epidemiológicos pelo Ministério da Agricultura (Mapa).
“Nunca tivemos casos dessa doença na Bahia, mas a determinação e classificação de áreas de risco oferecem importantes subsídios para a otimização das ações por parte dos Estados, racionalizando recursos humanos e financeiros nas tarefas em campo, evitando que a doença chegue aos plantéis brasileiros”, diz o Secretário da Agricultura, Eduardo Salles.
O estudo na Bahia resultou em um mapeamento, apontando os municípios com maior probabilidade de ocorrência da EEB. “A vantagem desse tipo de estudo é a possibilidade de estabelecer ações específicas para cada região, facilitando o desenvolvimento das medidas de prevenção e das atividades de rotina da defesa agropecuária em cada região”, salienta o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres. Os polos de Feira de Santana, Vitória da Conquista, Barreiras e Ribeira do Pombal foram identificados como áreas de maior probabilidade de ocorrência da EEB.
“Nessas regiões o estudo apontou a uso de práticas inadequadas e proibidas pelo Ministério da Agricultura, o que coloca em risco o rebanho baiano e requer maior atenção por parte da Agência”, alerta o Diretor de Defesa Sanitária Animal da Adab, Rui Leal. Entre essas práticas o diretor cita a utilização de farinha de carne e ossos não calcinados (não torrados), da cama de frango e de ração não fiscalizada para alimentar os animais.
A partir desses dados a Agência já elaborou ações preventivas direcionadas. “Nosso objetivo é tornar mais eficiente a defesa agropecuária no Estado, mantendo os rebanhos da Bahia e do Brasil livres dessa doença”, ressalta o Médico Veterinário da Adab, José Neder, coordenador das ações contra o Mal da Vaca Louca. “Ao longo deste ano a Adab vai atuar em todos os municípios baianos, com atenção especial para as áreas de risco”, explica Neder. Entre as atividades, destacam-se a vigilância em alimentos para ruminantes com a fiscalização de propriedades que alimentam seus animais no cocho, fiscalização em frigoríficos da rede estadual para observar o cumprimento das medidas preventivas contra a EEB, vigilância em campo dos animais suspeitos ou com sintomatologia nervosa e ações de Educação Sanitária.
Vale ressaltar que o Brasil nunca registrou casos do Mal da Vaca Louca, pois, além de ter a maior parte do seu rebanho criado a pasto, aplica as medidas recomendadas internacionalmente de vigilância e de mitigação de risco. Nos últimos sete anos também não houve importação de bovinos vivos ou de farinha de ruminantes de países considerados de risco para a doença. No mês passado a Comissão Científica para Enfermidades dos Animais da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com sede em Paris, concluiu que o Brasil tem todas as condições para mudar a classificação de risco Controlado para Insignificante, o que determinará um ganho comercial ao país, já que aumentará o número de países para a comercialização de animais vivos e produtos e subprodutos de origem animal. A confirmação do parecer favorável ainda depende de consulta aos 178 países-membros da OIE. Nos próximos 60 dias, os delegados da entidade vão analisar o pleito brasileiro. Caso não existam objeções fundamentadas, a Comissão Científica apresentará a recomendação para a mudança durante a Assembléia Mundial de Delegados da organização, marcada para o próximo mês de maio.
Ascom / Adab