A ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) comunicou no início do mês às Vigilâncias Sanitárias dos municípios de Filadélfia e Ponto Novo, Território de Piemonte Norte do Itapicuru, a suspeita de raiva animal em propriedades rurais da região, apesar da confirmação ter acontecido só com a divulgação do laudo do Lacen, no final da tarde da última sexta (15), em material coletado de um bovino morto na região. “Mesmo sem a confirmação laboratorial, nos antecipamos para impedir um possível avanço da doença e a contaminação de seres humanos”, reforçou Maurício Bacelar, diretor-geral da autarquia ao renovar, nessa segunda, novos comunicados às prefeituras informando o resultado positivo para raiva em animal que morreu na região.
“O grande problema é a falta de notificação sobre a morte de animais aos órgãos competentes, pois os produtores não têm feito essa comunicação que é obrigatória e o risco sanitário é imenso. Como sabem, a raiva é uma zoonose letal”, alerta a médica veterinária Luciana Teixeira, do escritório da agência, em Senhor do Bonfim.
A veterinária foi a responsável por percorrer diversas propriedades após ouvir comentários nas ruas e feiras livres de que havia casos de mortalidade de bovinos e equídeos com sintomatologia nervosa. “Visitamos muitas fazendas, sítios e comunidades e a resposta vinha sempre negativa, as pessoas ficam temerosas de relatar os casos, no entanto, o pior pode acontecer pois os fazendeiros e trabalhadores, sem nenhum cuidado e proteção, tentam dar remédios aos animais doentes, forçam para abrir a boca dos bichos e entram em contato direto com eles, o que pode causar contaminação e a raiva é fatal”, ratifica. O entorno da propriedade onde morreu o animal, vítima de raiva, está sendo monitorado para a adoção de medidas de prevenção, como vacinação dos rebanhos, notificação de mortalidades e identificação de possíveis abrigos de morcegos hematófagos.
“O mais importante e o que pode salvar vidas é a atitude certa no tempo correto. Quem teve contato com os animais doentes ou suspeitos deverá procurar imediatamente o posto médico mais próximo. É preciso que os produtores nos informem caso algum bovino, caprino, ovino ou equino apresente aumento da salivação, fezes secas e escuras, andar cambaleante e paralisia dos membros posteriores, sintomas conhecidos da raiva, para que medidas corretas possam ser adotadas de forma urgente”.