A equipe da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria de Agricultura (Seagri), já está no Vale do São Francisco, atuando no combate à Mosca-das-frutas (Ceratitis capitata). Desde o primeiro dia do mês de setembro todos os engenheiros os agrônomos da Agência, distribuídos pelo interior do Estado, foram mobilizados para a Região Norte para monitorar e fiscalizar os produtores sobre as medidas fitossanitárias do Plano Emergencial de combate à praga, que vem infestando as culturas de manga, uva, acerola e goiaba - principais hospedeiros das moscas.

A coordenadora do Projeto Estadual de Controle de Moscas-das-Frutas da ADAB, Rita de Cássia Oliveira, explica que, amanhã (16), será iniciado um corpo a corpo com os produtores dos Distritos de Curaçá, Mandacarú, Tourão, Maniçoba e Salitre, do Submédio São Francisco, contemplados pelo Plano denominado “Por um Vale sem Mosca-das-frutas”. A ADAB irá orientar sobre as medidas no combate à praga, que envolvem o manejo cultural, com a realização periódica de podas de aeração, manutenção da área da propriedade limpa e sem a presença de frutos caídos no solo, além da catação de frutos em estágio avançado de maturação, com posterior destruição.

“Vamos visitar cada pomar para fiscalizar as medidas de controle Químico e Cultural estão sendo aplicadas e orientar os produtores sobre a necessidade de se cumprir as exigências do plano com cartilhas informativas e desenvolvendo um trabalho educativo sanitário, no sentido de, inicialmente, reduzir a população do inseto nos pomares. Os produtores precisam evitar o plantio ou a manutenção de plantas hospedeiras desses insetos próximos às áreas de produção comercial de frutas”, informa a coordenadora.

Para o diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Agência, Armando Sá, o produtor precisa assimilar que não pode mais deixar de fazer a sua parte e o cumprimento dos procedimentos técnicos só trazem benefícios à cadeia produtiva. “O ganho é para o produtor, que vai colocar um produto brasileiro de qualidade no mercado internacional, para o consumidor que terá a garantia de uma fruta saudável em sua mesa e para a ADAB que cumpre com o seu papel de defesa agropecuária na Bahia”, complementa Sá, lembrando que a região é o primeiro pólo de produção de frutas do estado, com 45 mil hectares cultivados, e é responsável por 98% das exportações de uva e 92% das exportações de manga do país.

A diretoria da ADAB deixou claro que é o momento de buscar soluções para produção e comercialização de frutas no Vale, atualmente infestada por uma alta população de moscas-das-frutas.

A praga

As Moscas-das-frutas são as principais pragas das fruteiras, pois depreciam os frutos e restringem a comercialização para o mercado externo. As espécies de importância econômica no Vale do São Francisco são: a Ceratitis capitata e a Anastrepha.

A Ceratitis capitata foi detectada no Brasil em 1901 e, desde então, se expandiu por todos os estados. É uma praga primária cujo efeito ocorre quando as fêmeas depositam os ovos nos frutos e as larvas se alimentam da polpa provocando um apodrecimento interno. Podem até infestar até 300 espécies de vegetais, inclusive as culturas de manga, uva, goiaba e acerola.

Sua importância econômica deve-se aos danos diretos à produção e às exigências quarentenárias por parte dos países importadores.

 

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