Para evitar o consumo de carne imprópria, a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) intensifica fiscalizações e orienta produtores, intermediários e comerciantes a cumprir as legislações sanitárias. Cerca de 3,6 toneladas de carne bovina foram apreendidas pelos agentes em locais de abate e venda ilegal nos territórios de Irecê e Velho Chico.
Nos distritos de Marreca Velha, em Xique-Xique a equipe foi surpreendida pela estrutura organizada para matança de animais em via pública, causando transtornos aos moradores. “Um absurdo sem precedência, a população exposta a ver e ouvir os animais sendo mortos e os restos dispensados na rua, uma afronta, pois todos sabem que é proibido”, diz Ednilton Brito, coordenador do setor de Combate ao Abate Clandestino referindo-se à Lei Federal 8137/90 que caracteriza como crime contra a saúde pública o abate realizado fora de instalações sanitárias adequadas e sem fiscalização. Os responsáveis fugiram ao perceber a chegada dos agentes.
Moradores do distrito de Marreca Nova, que não quiseram se identificar temendo represálias, contaram aos agentes que animais domésticos morreram na localidade ao comerem restos mortais dos bovinos abatidos na rua e envenenados pelos autores do crime de abate clandestino. “Essa denúncia da população reflete a crueldade contra o ser humano e os animais, impactando significativamente o meio ambiente”, ratifica Ednilton.
Um frigorífico instalado na zona rural de Xique-Xique armazenava carnes sem procedência e foi flagrado pela fiscalização que percorreu estradas vicinais e rodovias da região.
Já em Ibipeba, uma fazenda foi interditada por abater e comercializar carne clandestina. A equipe esteve também nos municípios de Central e São Gabriel.
Velho Chico
Em Bom Jesus da Lapa, a fiscalização da ADAB junto com agentes da Vigilância Sanitária Municipal e da Polícia Militar percorreu açougues e mercados, identificando 1,2 tonelada de carne sem selo de inspeção, etiqueta-lacre e certificação de inspeção sanitária, além de apresentar temperatura acima do permitido. Dois açougueiros foram conduzidos à delegacia e responderão pelo crime federal.
A operação conjunta flagrou ainda um caminhão com 2.300 galinhas de descarte sem documento de comprovação de origem (GTA). “O motorista da carga aviária foi autuado, multado e responderá por infringir à Lei 7597/2000.
Por onde passamos, orientamos os envolvidos no processo para que possam oferecer ao consumidor e às próprias famílias, somente alimentos seguros, livres do risco de inúmeras doenças importantes e que podem levar à morte”, explica o médico veterinário Delcarlos Martinez. As visitações vão continuar acontecendo na região para assegurar a saúde da população.
As carnes apreendidas foram encaminhadas à graxaria e as aves ao abate sanitário.