Com um plantel de mais de 10 milhões de animais, o que representa 36% do efetivo de bovinos do Nordeste, a Bahia atua em diversas frentes para controlar e combater enfermidades que podem afetar os rebanhos e serem transmitidas ao homem. Nesse período de isolamento social, a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) realiza videoconferências reunindo médicos veterinários de diversos municípios para padronizar procedimentos de vigilância no abate como forma de prevenção à entrada de patologias de importância sanitária, como a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como ‘doença da vaca louca’.

Também o monitoramento mais intensivo com o objetivo de evitar a transmissão de doenças através do consumo de produtos de origem animal contaminados, a exemplo da tuberculose zoonótica, causada pelo Mycobacterium bovis, de ocorrência mundial.

A tuberculose bovina é uma zoonose, enquadrada pela Organização Mundial de Saúde como doença negligenciada, e é responsável por prejuízos econômicos gerados nas regiões infectadas e pelo impacto na saúde pública.

Na Bahia, um estudo estimou a prevalência da tuberculose nos rebanhos bovídeos, resultando em 1,6% de propriedades positivas, relatada como predominantemente baixa.

Embora considerada modelo no monitoramento da doença no Nordeste, a Bahia não desliga o alerta. “Por se tratar de uma enfermidade que não utiliza vacina, uma das principais ferramentas de vigilância epidemiológica e prevenção é a identificação de lesões sugestivas de tuberculose bovina em animais abatidos em matadouros-frigoríficos sob inspeção estadual na Bahia e assim permitir a posterior identificação do M. Bovis por meio de método de diagnóstico direto e definitivo mediante isolamento”, enfatiza a coordenadora Estadual do Programa de Controle da Tuberculose na Bahia (PNCEBT), a médica veterinária Luciana Ávila, da ADAB.

Inspeção e defesa

Para o diretor de Inspeção de Produtos de Origem Agropecuária (DIPA), Rafael Mendes, o papel do serviço de inspeção oficial por meio das ações de vigilância sanitária é fundamental no êxito do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose. “A atuação conjunto da inspeção e a defesa sanitária animal permite o mapeamento do local de ocorrência da enfermidade e a implantação de medidas de intervenção integradas para prevenir e controlar as doenças”, reforçou.

Durante o encontro virtual, foi  ratificado aos veterinários a importância do envio dos relatórios que contemplam a retirada do material de risco específico para prevenir a ocorrência da “doença da vaca louca”, nos frigoríficos estaduais.  

Participaram da reunião o diretor de defesa sanitária animal, Carlos Augusto Spínola e 11 veterinários que atuam nos frigoríficos de bovinos sob inspeção estadual na Bahia (SIE).
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