A retomada da implementação da Área de Proteção Fitossanitária na região do Vale do São Francisco (APF-VSF) foi discutida ontem (18) em Recife, pelo secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Luís Eduardo Cavalcanti, pelo secretário da Agricultura Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), Leonardo Bandeira, acompanhado pelo diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Celso Duarte Filho, representando o diretor geral da autarquia, Lázaro Pinha.
Ficou acordada a elaboração de um Termo de Cooperação Técnica entre os dois estados, visando agilizar a elaboração de estratégias e ações de Defesa Sanitária Vegetal conjuntas entre as duas Unidades Federativas, implantadas a curto prazo. O Vale do São Francisco é uma das mais importantes áreas de produção de frutas do Brasil. Com quase 65 mil hectares cultivados com fruticultura, responsável por 98% das exportações de uva e 92% das exportações de manga do país, mantém a geração de milhares empregos diretos e indiretos ligados ao setor.
Criada com base na Instrução Normativa nº 45 de 29/08/2006/MAPA, a APF-VSF tem como principal objetivo salvaguardar a fruticultura desta região contra pragas quarentenárias ausentes e presentes, a exemplo da mosca da carambola, delimitando os municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sento Sé, Abaré e Sobradinho no Estado da Bahia e os municípios de Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó no Estado de Pernambuco como áreas monitoradas.
“Para que as frutas exportadas atendam à demanda dos países importadores, no sentido de obter cada vez mais um produto de qualidade e maior rentabilidade, é necessário que haja uma atenção especial à Defesa Fitossanitária da região, pois o maior dano que poderá afetar o setor produtivo é a presença de pragas quarentenárias”, explica o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Celso Duarte Filho, acrescentando que em função das exigências impostas pelos países importadores de frutas in natura, a ausência de monitoramento e controle destas pragas podem barrar exportações.
Outro ponto discutido na reunião foi a colaboração do SEBRAE-PE para a implantação do programa SEBRAETEC voltado ao pequeno produtor rural, como já é realizado pelo SEBARE-BA, no intuito de prover recursos para viabilizar o monitoramento das moscas das frutas em seus pomares. “Se apenas os médios e grandes produtores monitorarem e controlarem a população destas pragas nas suas áreas, nunca terão garantia de sucesso, pois as moscas não respeitam cercas, limites de municípios nem fronteiras estaduais. O trabalho tem que ser conjunto e compartilhado para que as ações alcancem êxito. E quanto mais parceiros, melhor para todos os elos da cadeia da fruticultura”, pontua o diretor geral da Adab, Lázaro Pinha.
Por fim, foi acordado entre os representantes a formação de duas comissões interestaduais para dar seguimento às questões relacionadas à implementação da APF-VSF, a adequação do SEBRAETEC pelo SEBRAE-PE voltado ao pequeno produtor do Vale e a imediata elaboração do Termo de Colaboração Técnica entre Bahia e Pernambuco.