O Programa de Monitoramento das Moscasdas-Frutas, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), foi classificado como referência internacional, proporcionando a manutenção das exportações de manga da Bahia para os Estados Unidos. A informação é do Departamento de Agricultura dos EUA (Aphis), que encaminhou relatório para a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) apontando o programa como "gerenciado em alto grau de excelência."
Entre os critérios considerados pelo parecer do Aphis foram analisadas a densidade e a localização de armadilhas nas diferentes áreas monitoradas, amostragem de frutas do tratamento na casa de embalagens, medidas de mitigação nos pomares, ajustes nos mecanismos de busca do banco de dados da Moscamed e atividades de supervisão.
Segundo o secretário Eduardo Salles, "não se trata apenas de status qualitativo para a defesa agropecuária na Bahia ou da produção de manga no estado. Esse reconhecimento internacional significa ampliação de mercados, aumento de divisas e geração de mais emprego e renda para o produtor rural."
Processo sólido – Ainda conforme o relatório, a Adab tem desenvolvido um processo sólido de monitoramento das moscas-das-frutas, capaz de oferecer as garantias necessárias à exportação de manga para os EUA. "Fiquei impressionado pela cooperação entre as agências governamentais e creio que o programa do Brasil possa ser utilizado como modelo", disse o representante do Aphis, Buddy Carpenter, no relatório em que avalia o programa.
"O reconhecimento do Aphis consolida a agricultura na Bahia, respaldando as atividades da defesa sanitária vegetal da Adab como suporte para a ampliação de mercados", enfatizou o diretor geral da agência, Paulo Emílio Torres. Somente no Território de Identidade do Sertão do São Francisco, o programa de monitoramento abrange a área de 3.842 hectares com plantação de manga nos municípios de Casa Nova, Curaçá, Sento Sé, Juazeiro e Sobradinho.
Quatro níveis de controle da praga
O diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Adab, Armando Sá, explicou que o trabalho é intenso e foram estabelecidos quatro níveis de controle da praga – o cultural, o biológico, o legislativo e o químico. O controle cultural é realizado com a coleta de frutos caídos no solo e os maduros do pomar.
Já o controle biológico é feito com a liberação de machos estéreis de ceratitis capitata na natureza. No controle químico são utilizadas as iscas tóxicas. Todas as atividades têm embasamento legal na Portaria Estadual 194, de 19.12.2001, e a Instrução Normativa no 20, de 13.07.2011.
Também há um sistema de fiscalização e rastreabilidade, por meio das barreiras sanitárias fixas, móveis, e um sistema integrado de informação, como informa a coordenadora do Programa de Monitoramento das Mosca-das-Frutas, Rita de Cássia Costa. A Adab atua também no monitoramento da manga nos municípios de Anagé, Livramento de Nossa Senhora, Dom Basílio, Iaçu e Itaberaba.
Ascom / Adab