O Projeto “Cabra Produtiva, Rota do Leite”, da Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), foi apresentado nesta terça-feira (26), durante audiência da Comissão de Agricultura e Política Rural, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), presidida pelo deputado Roberto Carlos. O projeto foi criado para organizar e profissionalizar a caprinocultura de leite no Estado, promovendo a inclusão dos pequenos e médios produtores e fomentando a agregação de valor ao produto através da agroindustrialização, com produção especializada de queijos finos de leite de cabra. “O objetivo de levar o projeto à Assembleia é buscar o apoio dos deputados na captação de recursos no âmbito federal, demais secretarias do Estado e instituições ligadas ao segmento, para dar sustentabilidade ao Cabra Produtiva”, explicou o secretário da Agricultura, Vitor Bonfim.
Nos próximos dias 8,9 e 10 de maio, será iniciada a segunda etapa de fabricação dos queijos finos, do tipo grego e espanhol, que começaram a ser produzidos neste mês, conforme as normas sanitárias exigidas pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Seagri, no Laticínio Bom Sabor. Os queijos produzidos nesta fase experimental, devidamente embalados e rotulados, serão apreciados, em combinação com os vinhos oriundos do Vale do São Francisco, em noite de degustação que será realizada no dia 17 maio, durante a Expovale 2016, em Juazeiro. Além de apresentar o novo produto aos visitantes da exposição, o objetivo é atrair os grandes empresários e comerciantes, que já vendem queijos de cabra vindos de outros estados e do exterior, para que possam experimentar e atestar a qualidade da iguaria.
“Não estamos mais na dependência das ações do governo, mas sim em parceria. Quando a secretaria mudar de gestor, o legado vai ficar. O projeto vai restabelecer o sonho do produtor rural do semiárido, de viver com dignidade”, declarou o produtor de Juazeiro, Williames Thiago, representante da Cooperativa de Agropecuária Familiar de Juazeiro e Região (COOAFJUR), destacando que “o animal de corte vale muito menos que o de leite. Enquanto uma cabra de corte pode ser vendida por aproximadamente R$ 200,00, a de leite, como as que temos na região, variam entre R$ 6 mil e R$ 15 mil”.
Num segundo encontro durante a tarde, realizado na Seagri, os caprinocultores pediram o apoio do secretário junto à Adab, para acelerar o processo de adesão dos laticínios ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI). Os produtos fabricados pelos laticínios que já possuem SIE (estabelecimentos com inspeção estadual) só podem ser comercializados no município, e, aderindo ao SISBI, tornam-se aptos a ser vendidos para outros estados. A ação vai resolver o problema levantado pelos produtores de Juazeiro, por exemplo, que não podem comercializar seus produtos em Petrolina. A adesão ao SISBI é reconhecida a partir do atendimento aos protocolos e requisitos legais verificados nos processos fiscalizatórios e em inspeções de rotina nas agroindústrias baseado no cumprimento das normas sanitárias e dos programas de autocontrole.
“O trabalho da Adab é de extrema importância para o êxito do projeto, instituição que há muito tempo deixou de ter um papel punitivo, e assumiu o caráter educativo, de apoio ao produtor rural, passando a trazer os laticínios baianos para a legalidade. Vamos dar todo apoio para viabilidade da atividade na Bahia”, declarou Bonfim. Ele ressaltou que “a confiança demonstrada pelos caprinocultores do semiárido baiano no Projeto Cabra Produtiva, só aumenta o compromisso da Seagri com a estruturação da atividade no Estado”.
Fonte: Ascom Seagri