Após a constatação da morte de animais provocada pela raiva entre outubro do ano passado e janeiro deste ano, a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) intensifica ações de saneamento do foco no município de Pedro Alexandre para reduzir a possibilidade de transmissão para outros animais. A doença letal também ao ser humano é tratada com cuidados específicos pelo Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros com apoio de equipes de Salvador e Paulo Afonso.
“Basta apenas um caso para se constituir em foco, por isso, desde 2020 temos atuado na delimitação da área perifocal, avaliando aspectos geográficos e outros, baseadas no comportamento dos morcegos hematófagos, que é o principal transmissor da doença na zona rural”, explica Marcelo Sampaio, Coordenador do Programa na ADAB.
A população de morcego hematófago (Desmodus rotundus) é monitorada periodicamente em eventuais abrigos, a exemplo de ocos de árvores, construções abandonadas, cavernas, etc. Os animais doentes apresentam sintomas neurológicos como isolamento, alterações de comportamento, andar cambaleante, paralisia progressiva até a morte, o que ocorre em poucos dias.
As atividades da equipe incluem a fiscalização em revendas de vacina antirrábica, quando são avaliados os estoques e acondicionamento do imunizante, visitas às propriedades para investigações epidemiológicas, entre outras.
Além da comprovação laboratorial dos óbitos de bovinos provocados pela raiva, outras mortes de animais com sintomas semelhantes também foram levantadas pela ADAB na região, o que reforça a necessidade da participação cada vez maior da comunidade nas ações de defesa sanitária animal.
“Essa é uma doença muito grave que deve ser comunicada de imediato, mesmo porque poucos têm habilidade para tratar a situação sem se infectar. Pedimos a todos que nos informem caso saibam de animais doentes para adotarmos as medidas urgentes e indispensáveis", atesta Maurício Bacelar, diretor-geral da ADAB.
A ADAB comunicou, como é de praxe, as ocorrências de raiva à Vigilância Epidemiológica do município e organizou reuniões com a Secretaria Municipal de Agricultura visando uma parceria em favor das ações de controle da enfermidade além de notificar os proprietários da região para que vacinem os animais ainda não imunizados ou realizem a revacinação em bovinos, caprinos, ovinos, suínos, equinos, muares e asininos.
“Também foram feitas ações de educação sanitária com palestra e divulgação através de entrevistas em rádios locais sobre as ocorrências para que os criadores e trabalhadores estejam atentos aos riscos e evitem qualquer manipulação em animais doentes com suspeita da raiva e qualquer espécie de morcego, notificando casos suspeitos e a existência de abrigos de morcegos na região, além da importância da vacinação e do uso da pasta anticoagulante nos animais que forem mordidos em sua propriedade, a raiva mata e todo cuidado é pouco para evitar essa doença”, enfatiza Marcelo Sampaio.